terça-feira, 25 de agosto de 2009

Cair na rede para não cair na boca do povo

Em último painel, especialistas recomendam entrar no diálogo para não ser visto como vilão

O Semarc 2009 foi encerrado com o painel “Redes Sociais: a evolução do comportamento dos consumidores na Web e os reflexos desse fenômeno de seu relacionamento com as empresas”. O debate foi introduzido pelo moderador Max Petrucci, presidente da agência Garage Interactive, lembrando que o Brasil é o país com maior penetração de blogs e maior uso de redes sociais.

A seguir iniciou-se a apresentação do convidado internacional Allan Moore, presidente da Engagement Marketing Consultancy. Moore comentou a respeito de como as empresas devem resistir ao impulso de tentar voltar a lidar com as coisas “do jeito que eram antes”. “Não espere para a manhã para inovar”, disse o executivo, frisando que “estamos saindo de uma cultura somente-leitura para uma cultura leitura-e-escrita”. “Alguns de nós estão lutando com a ideia que o mundo em rede opera em uma lógica diferente”.

Moore afirma que o mundo atual se parece mais com o medieval que o mundo pré-internet, no fato de estarmos mais próximos, mais engajados, como numa aldeia. Mas, diferentemente da antiguidade, ninguém está feliz em ser estrito, isto é, ninguém se conforma com antigos papeis bem definidos. Entre vários cases de sucesso, comentou a eleição do presidente Barack Obama financiada por micro-doações. O consultor afirmou a necessidade de entender o contexto multifacetado em que as coisas ocorrem na Internet, pois “sem contexto não há relevância, e irrelevância é obsolência”.

Após Moore, falou Pedro Cabral, presidente da Agência Click, dizendo que “a referência de terceiros é muito mais importante do que alguém diz de si” e afirmando que “ouvir um elogio espontâneo de fontes que não se comunicam dá muito mais crédito que o share-of-voice”, isto é, publicidade tradicional. Cabral citou como exemplos o MSN, que superou o ICQ através de uma campanha silenciosa orquestrada por sua agência, e da Fiat, que está desenvolvendo um carro-conceito a partir de opiniões colhidas na rede.

Ao final, os debatedores responderam uma pergunta da platéia, de como os bancos, sendo a “essência do capitalismo”, poderiam “explorar os meios além da marca”. Cabral disse que é uma ótima oportunidade de livrarem-se da imagem de vilões e impedirem de se comoditizarem, isto é, tornarem-se iguais uns aos outros exceto pelo preço. Encerrando o debate, Max Petrucci concordou, acrescentando que as pessoas preferem muito mais se engajar quando há uma causa, que pode ser promovida mais facilmente pelas redes sociais.


Fonte: http://consumidormoderno.uol.com.br/canais/relacoes-de-consumo/cair-na-rede-para-nao-cair-na-boca-do-povo

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