De acordo com análises do Great Place to Work®, que há mais de uma década conduz a pesquisa “Melhores Empresas para Trabalhar”, o investimento das empresas deve estar conectado a tendências emergentes para manter esse funcionário estimulado. Entre as práticas de gestão de pessoas que têm boa receptividade por parte do Y estão a possibilidade de atuar no exterior e de se engajar em iniciativas de responsabilidade socioambiental; e a valorização do equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.
Quando o assunto é motivação, as práticas de maior impacto envolvem agradecimento pessoal; design do local de trabalho; recompensar a equipe (não apenas o indivíduo); reconhecimento (financeiro e não financeiro); colaboração em projetos de outras organizações; inclusão social; viagens, voluntariado e projetos comunitários; e-learning; tempo livre (criatividade, inovação e projetos próprios); desenvolvimento (pessoal e profissional); tempo com os líderes sêniores; intervalo na carreira (sabático); férias e folgas periódicas; reciclagem profissional; flexibilidade no horário; descontos e vantagens; e aconselhamento financeiro.
Segundo Ruy Shiozawa, CEO do Great Place to Work® Brasil, a construção de um ambiente em que a hierarquia não seja sinônimo de burocracia profissional é uma característica importante para as empresas que desejam atrair e reter talentos dessa geração. Shiozawa acrescenta que as respostas dadas pelos funcionários da “Geração Y” às 58 afirmativas do questionário aplicado pelo Great Place to Work®, mostram que na essência, as aspirações não diferem das apresentadas pelos profissionais de outras gerações. “Os Y’s mantêm a mesma busca das gerações anteriores: um excelente lugar para trabalhar no qual possam desenvolver relações de confiança”, destaca o executivo.
Embate multigeracional: X e Y disputam vaga de baby boomers
Em fórum realizado em Londres, em 2009, pelo Great Place to Work® Reino Unido, constatou-se que o grande desafio das organizações está em engajar os grupos, motivando-os a deixar as diferenças de lado. “Os empregadores estão tendo que lidar com a ameaça de aposentadoria. Nos Estados Unidos, 79 milhões de profissionais irão se aposentar entre 2010 e 2020, sendo que somente 40 milhões de profissionais de ambas as gerações, estão aptos a substitui-los”, detalha José Tolovi Jr., CEO Global do Great Place to Work®.
O gerenciamento dos jovens profissionais exige uma nova postura dos líderes da “Geração X”. Na opinião de Tolovi Jr., os estudos mostram que a habilidade para ouvir e estar atento às novas demandas são cruciais. “A autenticidade na liderança é um dos aspectos mais respeitados pelos jovens. Eles valorizam, ainda, a liberdade para inovar”, afirma o executivo. Entre as práticas adotadas pelas empresas que são benchmark em gestão de jovens, o executivo destaca: perceber os talentos e ajudá-los a potencializar o desempenho individual; oferecer oportunidades de desenvolvimento (inclusive, oportunidade para que o jovem se torne líder); dar feedback contínuo; cultivar o respeito mútuo; ter mente aberta para ouvir sugestões; mostrar que existem diretrizes e objetivos claros a serem seguidos; não valorizar em demasia a hierarquia; autenticidade; mais colaboração; e firmeza na comunicação. “Mostrar que a tecnologia pode ser um condutor importante para guiar a cultura da empresa é uma postura muito admirada pelos jovens funcionários”, acrescenta Tolovi Jr.
O embate de gerações tem afetado os negócios das empresas e demandado novas habilidades de gestão por parte dos líderes de empresas de diferentes segmentos. No cenário corporativo mundial, enquanto milhões de “baby boomers” estão se retirando do mercado de trabalho, um contingente de profissionais da “Geração Y” passa a ocupar postos de trabalho sob o comando da “Geração X”. Pesam sobre os ombros dos jovens nascidos entre 1980 e 2000 inúmeras críticas provenientes dos profissionais mais experientes; a mais contundente delas talvez seja a afirmação de que os “Ys” exigem que as empresas se adaptem a eles – não o contrário.
De acordo com análises globais do Great Place to Work®, as empresas têm que estar atentas às vantagens de contar com uma equipe multigeracional. Entre as características dos “Ys”, por exemplo, destacam-se o otimismo; a disposição em exercer o dever de cidadão; sociabilidade; apego às amizades; aprendizado fácil; e alto interesse na vida profissional. Especialistas apontam que a geração é a favor do trabalho coletivo, demonstrando tenacidade e até heroísmo. Embora sejam bons em lidar com diversas funções e tecnicamente aptos, esses profissionais não têm habilidades emocionais para lidar com pessoas difíceis no ambiente corporativo – é nesse contexto que entra a importância da liderança da “Geração X”, que deve entender que essa geração prefere sair do trabalho às 17 horas, porque tem uma vida para viver. Na prática cotidiana, ambos têm uma excelente oportunidade de aprender mutuamente.
Recrutamento
No tocante a estratégias de recrutamento – um outro ponto relevante nesse ambiente multigeracional –, o interesse pelo desafio e a flexibilidade tornam os “Ys” mais atraídos por empresas que apresentam claramente as oportunidades de desenvolvimento profissional. É importante que as empresas utilizem ferramentas como YouTube e blogs, além de envolver profissionais “Ys” nesse processo de seleção de novos talentos – pessoas que possam oferecer mais autonomia aos novos “recrutas”. As empresas cujas marcas que têm como atributo a imagem associada a “fazer a diferença”; ter flexibilidade; atuar com respeito ao meio ambiente; possuir cultura de colaboração organizacional; valorizar a informalidade; e ser inovadora saem na frente na preferência dos jovens profissionais.
Segundo Andrea A. Veras, diretora de Marketing e de Desenvolvimento de Liderança do Great Place to Work®, o papel dos líderes é essencial para a adoção de práticas motivacionais destinadas a equipes multigeracionais. “Para inspirar a melhor performance dos talentos Y, as empresas precisam oferecer um ambiente baseado em práticas que cultivem a confiança, que construam uma nova cultura e que tenham comunicação transparente – extremamente relevante quando se lida com essa geração. E cabe lembrar que os líderes devem agir como agentes dessa transformação corporativa”, ressalta a executiva.
Desenvolvimento profissional
Em 2010, a melhor empresa para o jovem trabalhar, de acordo com a pesquisa, é o McDonald’s. A maior e mais conhecida rede de serviço rápido de alimentação do mundo representa para o jovem a porta de entrada no mercado de trabalho. Hoje, cerca de 70% dos atendentes que ingressam na rede estão no primeiro emprego; 89% dos funcionários (porcentagem de um total de 48 mil) são jovens; 98% dos funcionários diretos têm entre 16 e 35 anos. Com 91% do quadro de funcionários com menos de 25 anos, o McDonald´s consolida a imagem de ser um grande gerador de postos de trabalho para jovens no País.
Com uma política de incentivo voltada ao desenvolvimento profissional, a empresa investe no treinamento contínuo por meio de vários cursos e programas, que são ministrados nos próprios restaurantes, em centros de treinamento regionais e na universidade corporativa – Universidade do Hambúrguer. Em 2010, estão sendo investidos R$ 40 milhões em treinamento e desenvolvimento profissional. A companhia também oferece convênios com instituições renomadas; ações muito valorizadas pelos jovens funcionários – 71% apontam o investimento em desenvolvimento profissional como um dos principais motivos de satisfação com o ambiente de trabalho. Não por acaso, a empresa possui um reconhecido núcleo de formação profissional, no qual os jovens profissionais participam de atividades educativas que visam desenvolver qualificação técnica, senso de comprometimento com o negócio e valores como espírito de equipe e responsabilidade social.
Entre as práticas diferenciadas de gestão de pessoas, destaca-se o Recrutamento Centralizado por Perfil – instrumento de contratação destinado a auxiliar o gerente de restaurante responsável pelo processo a recrutar jovens com o perfil mais condizente com a cultura organizacional e com o ambiente de trabalho do restaurante. No nível gerencial, quando o objetivo é atrair, formar e reter jovens talentos com potencial para gerir os restaurantes e desenvolver uma futura carreira na empresa, entra em ação o Programa de Trainees.
O McDonald’s tem vários exemplos de ascensão profissional de jovens, sendo que cerca de 30% dos gerentes e supervisores iniciaram a carreira como atendentes. Esse é o caso da diretora de Treinamento e Desenvolvimento para América Latina, Íris Barbosa, e do presidente da companhia no Brasil, Marcelo Rabach. Entre as políticas de gestão adequadas aos jovens está o horário flexível, que permite ao funcionário conciliar trabalho, estudo e lazer. No Brasil, mais da metade dos gerentes dos restaurantes da empresa começaram como atendentes, o que comprova o sucesso no direcionamento de gestão de pessoas do McDonald’s e o slogan adotado: Empregando jovens, construindo carreiras.
Ranking das melhores empresas para o jovem trabalhar
(As 20 empresas campeãs em satisfação dos jovens entre as que têm mais de 25% de funcionários com até 25 anos.)
1. McDonald’s
2. Gazin
3. Visagio
4. Sydle
5. Byofórmula – Grupo
6. Instituto Nordeste Cidadania
7. NetSolutions
8. Chemtech
9. F.Biz
10. Ivia
11. Zema
12. Rhede Reciclar
13. Zanzini Móveis
14. Jost Brasil
15. Magazine Luiza
16. Domínio Sistemas
17. Saga S.A. Goiás de Automóveis
18. CI&T
19. Portal Educação
20. HSBC Software Development Brasi
Fonte: Site Consumidor Moderno
http://consumidormoderno.uol.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2882:-geracao-yq-ganha-espaco-nas-empresas&catid=90:pesquisas&Itemid=134
Fonte: Site Consumidor Moderno
http://consumidormoderno.uol.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2882:-geracao-yq-ganha-espaco-nas-empresas&catid=90:pesquisas&Itemid=134
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