quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Celebrators: um consumidor de "experiências"


Os Celebrators caracterizam um grupo de consumidores que usufruem de sua aposentadoria e outras fontes de renda consumindo produtos que vão além do seu real valor de mercado. Um comportamento de consumo que lhes proporcionam mais prazer e novas experiências.

As pessoas da terceira idade consideradas Celebrators não necessariamente têm mais dinheiro, mas o que muda é o objetivo final do consumo e o planejamento ao longo da vida. "Eles redirecionam o que podem gastar para um consumo que reflete sua atitude: coisas mais prazerosas e inusitadas, que antes não podiam fazer por não terem tempo", explica Zilda Knoploch, presidente da Enfoque Pesquisa, que realizou no Brasil um estudo sobre esse comportamento que originou o termo Celebrators.

De forma qualitativa a pesquisa reuniu um grupo de 96 participantes das regiões Sudeste (Rio e São Paulo) com mais de 55 anos. Através de discussões em grupos e entrevistas com especialistas foi constatado que essa parcela da população vive uma fase da vida consumindo mais lazer, moda e alimentação saudável, preocupadas com experiências enriquecedoras, do que somente com o seu valor material.

De acordo com o estudo, viagens, restaurantes, lazer e cultura são os principais itens da lista. Mas o objetivo final está nas experiências diferenciadas proporcionadas por este comportamento. Uma viagem para um lugar exótico, um restaurante diferente com um cardápio criativo, são características importantes para esta classe, onde o "ter" é substituído pelo "estar em contato".

Como "combustível" para tudo isso, além de saúde e disposição, essas pessoas continuam trabalhando mesmo aposentadas, gerando uma nova fonte de renda e integradas à sociedade. "Nossa amostra contou com pessoas de 3 classes diferentes (A,B e C) nem todas vivem de aposentadoria, mas algumas têm outras fontes de renda, inclusive como consultores ou profissões liberais. Nem todas estão necessariamente engessadas com um valor de renda que diminui seu poder aquisitivo por causa da inflação", explica Zilda Knoploch.

Segundo a Enfoque, uma das dificuldades de fazer um planejamento é que os jovens não têm a preocupação em poupar e organizar a vida para o momento que chegarão aos 50. A solução estaria nas empresas do mercado financeiro, interessadas em provocar uma reflexão nos jovens sobre seus valores e seu futuro, estimularem o poupar e os planos de previdência. A comunicação, as ações educacionais e ferramentas de marketing também são apontadas pela Enfoque como uma importante força motriz para a conscientizaçao sobre este comportamento de consumo nos jovens.

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