Especialista em boca-a-boca online analisa a presença das marcas no microblogging Twitter.
O Twitter já é o segundo site onde mais se publica informações nas redes sociais brasileiras, atrás apenas do orkut. Com o crescimento do interesse de usuários, cresce também a vontade das empresas em fazer parte desse ambiente e colocar sua marca em evidência. Sobre esse assunto, conversamos com Alessandro Barbosa Lima, sócio diretor da E-Life, empresa de monitoração e análise da comunicação boca a boca on-line. Acompanhe:
Consumidor Moderno: Como você avalia o Twitter como ferramenta de marketing?
O Twitter está em evidência e isso coloca as marcas que lá aparecem em evidência. Se buscarmos resultados para marcas no Google, onde a maioria das buscas dos consumidores começa, pouquíssimos resultados levam até o Twitter. O Twitter acaba sendo então um cluster, um grupo de usuários que usam o serviço de forma constante. Por conta disso e da velocidade da publicação de informações, o Twitter já é o segundo site onde mais se publica informações nas redes sociais brasileiras, atrás apenas do orkut.
CM: Como você vê os "tweets patrocinados"? Afinal, o preconceito de blogueiros e twitteiros ainda é grande.
O tweet patrocinado revive a polêmica dos posts pagos. Num ambiente democrático como a web, há espaço tanto para publicações e tweets espontâneos quanto para aqueles pagos. Não é porque um tweet é patrocinado ou mesmo o Twitter inteiro, como é o caso do Marcelo Tas, que ele deixa de ter sua credibilidade. Credibilidade não se compra, se conquista. Se o leitor verificar que a informação tem um viés por conta do patrocínio, ele vai deixar de seguir aquele Twitter. Na internet tudo é muito rápido.
CM: Qual a melhor fórmula para divulgar a marca no Twitter, sem polêmica?
O Boticário fez uma ação recente, no Dia dos Namorados, integrando o e-commerce deles com o Twitter, no www.tweetquerobeijoboticario.com. O site era bem simples: se propunha a ajudar os namorados a pedir qual o produto do Boticário eles queriam ganhar, escolhendo diretamente no site de e-commerce da marca. Foi o primeiro mashup de um site de e-commerce com o Twitter. Ao publicar seus desejos no Tweetquerobeijo, o consumidor acabava publicando também este desejo no seu Twitter. Por isso, a aplicação fez com que em uma semana os produtos do Boticário fossem compartilhados com 31 mil pessoas, que seguiam as pessoas que faziam o pedido. A aplicação também gerou uma pesquisa de mercado com os produtos mais desejados.
Além disso, nos próximos meses veremos uma enxurrada de aplicações que utilizam o Twitter como plataforma. Precisamos desenvolver e investir nestas aplicações, pois ao fazer isso estamos criando campanhas e ações de comunicação que já partem de uma plataforma com milhares de usuários. Numa analogia, podemos afirmar que desenvolver uma campanha utilizando o Twitter como plataforma é o mesmo que criar um sistema operacional utilizando o padrão Linux como plataforma - já se tem a vantagem competitiva de ter milhões de usuários em todo o mundo.
CM: O que vem por aí?
Veremos algumas tendências que tendem a se concretizar. A migração do site de produtos e campanhas para as redes sociais é uma. Esperamos que cada vez mais sites de campanhas utilizem as redes sociais como plataforma. Veremos campanhas sendo desenvolvidas não só para o Twitter, mas para o Facebook, orkut, etc. Cai a importância do site corporativo: por conta da utilização intensa das redes sociais, os sites de produtos e corporativos (se não utilizarem recursos de redes sociais ou estiverem inseridos em uma rede social) tenderão a ser menos usados e terem menor importância. Isso vai se refletir, sobretudo na busca de informações antes da decisão de compra de um produto ou serviço.
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